20 de novembro de 2011

Meu sonho

Apertei meu sonho de encontro ao peito,
as mãos segurando-o , protegendo-o, fazendo-se
de escudo para guardar-lhe do frio do tempo.
Quando o sonho tomou forma e gritou como um
ser que nascia das entranhas da alma,
forma esta , maior que o  ventre ,  qual o gerava,
já não era mais uma mulher e seu sonho,
mas rosa que atravessa a cerca ,
enrosca-se, envolve-se ,enamora-se  do jardim.

2 de novembro de 2011

Miçangas de letras

Meu poema assemelha-se a um colar de miçangas:
do abraço das letras, a explosão da palavra,
da emenda das contas, a prontidão colorida do fio,
das mãos calejadas do artesão , a gestação do colar,
da  alma derramada em letras, o nascimento do verso.

Liberdade

Quero que minha alma corra nua e descalça pelos caminhos deste verso,
para vestir-se de palavras , tal qual faziam os  românticos poetas,
pelos campos do meu imaginário coração, encontro a terra feliz de pisar,
e o céu azul de respirar, alimentando o corpo de cada palavra,
para que fortalecida, caminhe, corra, salte, voe em direção do mais alto
da inspiração e  ao cair  como chuva que refresca ,
deite-se  semente  e
levante-se  flor perfumada e multicor ,
florescendo os olhos d'alma daquele que me ler.

Bem-me-quer

Sinto pelo desencontro da vida , quando acontece nas esquinas do sonho .
Na infância não dói , a lágrima não despontou no céu do coração ,
bem-me-quer  , mal-me-quer , é apenas flor da brincadeira ,ação,
na mocidade traz a noite da festa que não tem fim, dos ouvidos canção,
na velhice a certeza que a pétala outrora flor,  de algo em mim, retirada foi  .