29 de dezembro de 2011

Pega a letra!!




Palavra presa na garganta
escapa pelas vielas das mãos,
e refugia-se nas letras do papel.

9 de dezembro de 2011

Será felicidade ?

Hoje meu sorriso não se abriu por  abrir,
ele queria mais que sorrir .... voar,
Libertar-se dos lábios e o mundo todo florir...
Será isso felicidade?

6 de dezembro de 2011

Um novo olhar.

Vida

lançadas palavras

 c
   a
      í
        d
          a
            s
                    sementes

emoção florida .

Mergulho no medo

Um dia o medo cercou meus passos e enlaçou-me o caminhar,
perdida entre  noites e dias,
o tempo se congelou  e em meus rios o medo se moldou.

Na moldura de um ser sem " ser" ,  o calor do coração pulsava
era somente o que me restava...
este calor irradiante ,
transbordante , um dia derreteu a pesada e passada moldura .

Um galho despontava e mais outro e assim sucessivas e festivas flores
em mim, orvalhadas pelo mar que antes me afogava em suas lágrimas
hoje me afagava,em seus ensolarados sorrisos.

Do mais fundo do corpo, alcançando por certo o alma,
repentinamente, voei o mais alto nas águas
do medo, ele já não tinha mais rostos, corpos, falas, formas,
diluiu-se nas águas que derramavam-se dentro de mim.

A força da vida não foi sentida somente nas águas que transmutavam
os meus passos ,
mas na gota da lágrima que beijava meu rosto agradecida .

20 de novembro de 2011

Meu sonho

Apertei meu sonho de encontro ao peito,
as mãos segurando-o , protegendo-o, fazendo-se
de escudo para guardar-lhe do frio do tempo.
Quando o sonho tomou forma e gritou como um
ser que nascia das entranhas da alma,
forma esta , maior que o  ventre ,  qual o gerava,
já não era mais uma mulher e seu sonho,
mas rosa que atravessa a cerca ,
enrosca-se, envolve-se ,enamora-se  do jardim.

2 de novembro de 2011

Miçangas de letras

Meu poema assemelha-se a um colar de miçangas:
do abraço das letras, a explosão da palavra,
da emenda das contas, a prontidão colorida do fio,
das mãos calejadas do artesão , a gestação do colar,
da  alma derramada em letras, o nascimento do verso.

Liberdade

Quero que minha alma corra nua e descalça pelos caminhos deste verso,
para vestir-se de palavras , tal qual faziam os  românticos poetas,
pelos campos do meu imaginário coração, encontro a terra feliz de pisar,
e o céu azul de respirar, alimentando o corpo de cada palavra,
para que fortalecida, caminhe, corra, salte, voe em direção do mais alto
da inspiração e  ao cair  como chuva que refresca ,
deite-se  semente  e
levante-se  flor perfumada e multicor ,
florescendo os olhos d'alma daquele que me ler.

Bem-me-quer

Sinto pelo desencontro da vida , quando acontece nas esquinas do sonho .
Na infância não dói , a lágrima não despontou no céu do coração ,
bem-me-quer  , mal-me-quer , é apenas flor da brincadeira ,ação,
na mocidade traz a noite da festa que não tem fim, dos ouvidos canção,
na velhice a certeza que a pétala outrora flor,  de algo em mim, retirada foi  .

30 de outubro de 2011

O poeta e sua palavra

Se não existisse o poeta no mundo,
quem haveria de escrever  sobre as desilusões humanas
com tamanha e envolvente ilusão?

O poeta sabe como ninguém embrulhar as palavras em
papel de pão como se fosse  de seda, despertando
o desejo e o apetite de quem olhar.

Poeta, alma do vento,  que  está em todos os lugares,
onde seu  verso voe livre.
Despretensioso , imprime sua forma no olhar de
quem o lê.

Este ou isto é um poeta ,
homem,
são,louco,
santo, pagão,
artista,
egocêntrico ou qualquer coisa
que o coloque entre os homens e os anjos.
O poeta não precisa de definição,
livre dos rótulos e das personalidades, ele é dono de si ,
constrói e demoli seu próprio castelo,
rei e servo simultaneamente,
entre a vida e a morte ,ele só respira porque escreve .

Eis a culpada de tudo "A Palavra "desde a primeira no ventre e no berço,
na escola e na praça ,  nos amigos e amores,  na solidão e nos bares da vida ,
tornou-o prisioneiro de sua eterna liberdade de ser o que quiser.

Nudez

Quero mais do que o amor rotulado por aí : visível,
quero um amor que faça o perfume da flores audível,
quero acreditar nos homens mesmo sabendo que são anjos caídos,
quero gerar além do ventre  meus sonhos que a vida comporta ,
quero sonhar descalça do mundo , e nua de mim mesma ,
quero machucar os pés na caminhada, não importa,
de algum lugar esse homem descalço e tão nu quanto eu há de ter saído.

28 de outubro de 2011

Momentos

Cansei de buscar os grandes acontecimentos,
quero os pequenos momentos,
como gotas de um perfume que envolve
sabendo que se  evaporará
mas enquanto a essência durar no corpo,
minha alma dançará.

24 de outubro de 2011

Rebeldia do Poeta

Fujo
         das
                                               R    T       S
                                                          A 
                                                 E   



linhas -------------------------
                       da
 folha
                                                                           de
papel,
                         quero

 que     
                                        meu

 POEMA


 corra))))))))))))))))))))))))))))))))
                                                                     voe~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

soltOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO        
              
  no vento

feito   

          pipa <><><><>----------------------

pelo 
                                       céu .

23 de outubro de 2011

Mutação

Escrever não é fácil tal qual a vida, e o que é senão a poesia um minuto escorrido do dia,
escrever , escrever sem fim....
A inspiração , é o quinhão de acúcar adoçando o amargo da vida.
O poeta sabe como nínguem extrair o nectar ora do mel, ora do fel.
Eis o segredo: não há felicidade , nem tristeza, mas a união das duas encerrando a vida em um corpo.
A poesia é um bicho mutante,cada verso sofre a mutação quando  lido.
O poeta espalha seu perfume pelo ar, brinca com as palavras e transforma o seu dia na poesia que quiser:
Para ele tudo é" ilusão" !

Sob o olhar do poeta


  Naquela tarde azulada , saboreava o café adoçado pelos  meus versos,
" fumaçando "da xícara , meus pensamentos em ebulição a cada gole.
O mundo , visto sob minhas esfumaçadas lentes ganhava novos matizes, sinuosos
contornos e indecifráveis seres que por elas eram vistos .
Eis como um caleidoscópio , uma gota evaporada e percebi mais a frente
a moça e sua lágrima derramada.
Ah, se minhas míopes lentes tomassem coragem  em exato instante, eu diria :
-Por que choras  bela donzela?
-Tens um jardim de poemas em tua imaculada alma,se olhasses a folha de papel como enamora-se dos espelhos que vês,  
na folha fria refletida tua beleza , o verso se faria;
mas preferes escrever um poema de lágrimas.

Saída

Fujo de mim , mas outro ser me alcança dentro e fora de mim,
prende-me os passos, e tropeço .
passos que eu não desenhei no chão,
mas caminho sem saber se é em vão.
Vão-se os sonhos, ficam apenas  vazias pegadas cheias de sim .
Não escrevo para alguém ou alguma coisa.
Escrevo pra mim .
ou algo dentro de mim, para que desperte ? Ou adormeça?
Para que assim me reconheça e não duele mais comigo,
trilhos sem trem não faz sentido.

Tudo pode mudar nos movimentos do mundo. 
Descobri que a vida se move é aqui dentro, sol ou chuva ,
cada vez que amanhece e anoitece dentro de mim,
tenho o certeza que o tempo é uma ilusão sem fim.

Cantiga do Tempo

Tempo, seja meu amigo e na cantiga de roda brinque comigo,
deixe a canção tocar o mais alto que os ouvidos d'alma possam escutar.
Apanhe os segundos que traz no vento escondido,
fora , longe de mim o tempa passa, mas aqui dentro é mar.

Caminho entre as areias que se derramam feito água cristalina,
pés pequeninos da contiga feliz ,
Trago nos versos de mulher a menina escondida.
Alegrias e tristezas de escolhas que um dia fiz.

Clamo de volta os sonhos, o amor e a cantiga ,
já não são duas , mas muitas dentro de mim, ao vento clamando
pela ilusão da verdade e da vida ,
levadas pela eterna brincadeira do tempo.

Alívio

A poesia jorrando  feito vômito
para que assim, examinando vil material,
veja , sinta, exale
o que comi da vida e  me fez mal.

Escrevo até mesmo quando não tenho papel , escrevo no vento, no ar do meu pensar ,
dessa forma quando o vento sopra ,
leva meu hálito poético e se infiltra em cada pulmão que também escreve.
Não é muito melhor do que o papel, a minha poesia na imensidão desse vasto painel?
A poesia é a bebida que me embriaga trazendo a lucidez.