Um dia o medo cercou meus passos e enlaçou-me o caminhar,
perdida entre noites e dias,
o tempo se congelou e em meus rios o medo se moldou.
Na moldura de um ser sem " ser" , o calor do coração pulsava
era somente o que me restava...
este calor irradiante ,
transbordante , um dia derreteu a pesada e passada moldura .
Um galho despontava e mais outro e assim sucessivas e festivas flores
em mim, orvalhadas pelo mar que antes me afogava em suas lágrimas
hoje me afagava,em seus ensolarados sorrisos.
Do mais fundo do corpo, alcançando por certo o alma,
repentinamente, voei o mais alto nas águas
do medo, ele já não tinha mais rostos, corpos, falas, formas,
diluiu-se nas águas que derramavam-se dentro de mim.
A força da vida não foi sentida somente nas águas que transmutavam
os meus passos ,
mas na gota da lágrima que beijava meu rosto agradecida .